História da Capoeira

Várias são as hipóteses sobre a modalidade, existindo duas fortes correntes, uma afirma que a capoeira teria vindo para o Brasil trazida pelos escravos e outra considera a capoeira como uma invenção dos escravos do Brasil. Porém não existem documentos que comprovem estas hipóteses. Muitos estudiosos e historiadores afirmam que sua origem vem da escravidão.

De acordo com a primeira hipótese alguns historiadores se baseiam no que ocorreu no Brasil á partir do século XVI. Foi uma das maiores violências contra um povo, mais de dois milhões de negros foram trazidos da África pelos colonizadores portugueses, para se transformarem em escravos nas lavouras da cana de açúcar, foram obrigados a atravessar o oceano nos navios negreiros em condições sub humanas, desembarcaram em portos como Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Ao contrário do que muitos dizem, os negros escravos não se deixaram pacificar no cativeiro, a história brasileira narra diversos episódios onde os escravos se rebelaram contra a humilhante situação que se encontravam. Uma das formas desta resistência foi o QUILOMBO: Comunidades organizadas pelos negros fugitivos e em locais de difícil acesso. Geralmente em pontos altos das matas. O maior deste Quilombo estabeleceu-se em Pernambuco no século XVII, numa região conhecida como PALMARES. Distribuído em pequenas povoações chamadas mocambos e com uma hierarquia onde o ápice encontrava-se o rei Ganga-Zumbi. Palmares pode ter sido o berço das primeiras manifestações da Capoeira.

Desenvolvida inicialmente para ser uma defesa, a capoeira, foi sendo ensinada aos negros ainda cativos, por aqueles que eram capturados e voltavam aos engenhos. Para não levantar suspeita, os movimentos da luta foram adaptados ás cantorias e músicas africanas para que parecesse uma dança. Assim como no candomblé, cercada de segredos, a Capoeira se desenvolveu como forma de resistência, luta bem valiosa em defesa da liberdade do negro, forma de identidade grupal e afirmação pessoal.

Vários pesquisadores, e historiadores brasileiros estiveram na África e principalmente em Angola e jamais foram encontrados vestígios de uma luta parecida com a nossa Capoeira.

Do campo para a cidade, a Capoeira ganhou a malícia dos escravos e dos freqüentadores da zona portuária. Na cidade do Salvador, capoeiristas organizados em bandos provocavam arruaças nas festas populares e reforçando o caráter marginal da luta. Durante décadas a Capoeira, foi proibida no Brasil. A liberação de sua prática deu-se apenas na década de 30 (Estado Novo), quando uma variação da capoeira (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente Getúlio Vargas.

REFLEXÃO:  O que podemos tirar como reflexão sobre a capoeira?

É que a capoeira é a fusão de várias etnias do povo africano trazido para o Brasil, sob a forma de escravos. Sendo que os negros já nascidos no Brasil, foram os responsáveis pelo seu desenvolvimento aperfeiçoando com o  passar dos tempos uma dança e escondendo uma luta  com a determinação de liberdade e independência.

Porém é importante saber que o conselheiro Rui Barbosa, quando Ministro da Fazenda do Governo de Deodoro da Fonseca mandou  queimar toda a documentação pertinente a  escravidão negra no Brasil, achando que tratava-se de uma mancha negra na história do país, na qual deveria ser apagada, essa resolução data de 15 de Novembro de 1890.

Origina-se  dos capoeiros  –  Lugares com pouco mato onde os negros fugidos enfrentavam seus perseguidores.

José de Alencar, escritor, em 1865, na sua primeira edição de Iracema, propôs para o vocábulo capoeira, o tupi – caa-apuam-era (ilha de mato já cortado).

Além disso, capoeira significava cesto de varas, onde se guardavam aves, capões, galinhas, etc. conta-se que os escravos, ao levarem capoeiras de aves para vender, enquanto esperavam o mercado abrir, divertiam-se jogando capoeira.

Outro argumento para o vocábulo é a existência  no Brasil, de uma ave chamada capoeira que se encontra  por vários estados brasileiros, também pode ser encontrada no  Paraguai, é também conhecida com o nome de Erú, anda pelo chão e agrupam-se em bandos. 

Hoje já não temos  mais  dúvidas de que essa junção de etnias de povos africanos, e mais tarde com seus descendentes diretos no Brasil, denomina-se: CAPOEIRA.

TÚNEL DO TEMPO DA CAPOEIRA

No século XV - foram trazidos para o Brasil milhares de negros para o trabalho escravo.

No século XVII - chegada dos primeiros escravos africanos notadamente Grupo Bantu-Angolense.

Em 1624 - com a invasão dos holandeses no Nordeste Brasileiro, escravos fogem e fundaram quilombos, pela primeira vez ouve-se falar no termo "Capoeira".

1630 a 1694 - Epopéia de Palmares. Zumbi dentre todos era o mais forte, valente e ágil. O maior dos Quilombos. A capoeira se dissemina entre todos aqueles que resistem a escravidão.

1712 - O termo "Capoeira" é registrado pela primeira vez na língua portuguesa.

1835 - Capoeiristas participam ativamente da Revolta dos Malês em Salvador.

1850 - Surge no Rio de Janeiro "Os Maltas", grupos de capoeiristas que dominavam várias regiões da cidade.

1889 - Nasce Mestre Pastinha

1890 - A prática da Capoeira é proibida por Lei. 

1899 - Nasce Mestre Bimba

1932 - Mestre Bimba funda a primeira Academia de Capoeira do mundo em recinto fechado.

1937 - Revogada a Lei que proibia a prática da Capoeira.

1941- Mestre Pastinha funda o Centro Esportivo de Capoeira Angola.

1972 - Resolução do Conselho Nacional do Desporto reconhece a Capoeira como esporte.

1980 - A Capoeira se dissemina por todas as regiões do país.

2000 - CREF e CONFEF aprovam Lei que proíbe qualquer capoeirista de ensinar em Escolas, Academias e Centro Sociais que não tenha o diploma de Graduado em Educação Física.

2004 em diante - lutaremos pela Criação de um Conselho de Mestres do Brasil para buscar um grande número de assinaturas revogando a Lei do CREF e CONFEF, bem como a aprovação para Profissionalização dos Capoeiristas.

 

Mestre BIMBA

MANOEL DOS REIS MACHADO     

                       Mestre Bimba 

Nasceu em 23 de Novembro de 1900

Faleceu em 05 de Fevereiro de 1974 

Residência: Sítio Coroano  nº 57 - Nordeste de Amaralina

Comercial: Rua Francisco Muniz Barreto  nº 01 - Pelourinho

Profissão: Professor de Capoeira

Local de Trabalho: Residência

Nº Carteira de Identidade 318.72 - Instituto Pedro Mello

Altura:1,93

Peso: 89 quilos

Filiação: Luiz Cândido Machado/Maria Martinha do Bomfim

Documento obtido na Comissão de Desportos da Aeronáutica no Estado da Guanabara, - 2º simpósio sobre capoeira realizado na Academia de Força Aérea (AFA) entre os dias 08 e 09/11 /69 sábado e domingo. 

Manoel dos Reis Machado, nasceu na Periferia do bairro de Brotas, recebeu de “batismo” o nome BIMBA, em decorrência de uma aposta feita entre a sua mãe e a parteira que dizia ser um menino.

Surge aí o apelido BIMBA!

O primeiro local onde Mestre Bimba treinou capoeira era  conhecido como  Estrada dos Boiadeiros no bairro da Liberdade,  seu primeiro mestre foi o Africano Bentinho capitão da Companhia de  Navegação Baiana.

Mestre Bimba, iniciou a capoeira  aos 12 anos de idade. Seu curso teve a duração de 04 anos e  o método era a capoeira antiga, esta mesma capoeira ele conseguiu ensinar por 10 anos, o local das aulas era conhecido como “Clube União em apuros”, no bairro da Liberdade  (bairro este habitado por pessoas na sua maioria de pele negra). 

Desta forma a capoeira foi reconhecida como “Esporte nacional” e o mestre Bimba reconhecido pela Secretaria de Educação e Assistência Pública  do Estado da Bahia com Professor de Educação Física e sua academia foi a pioneira no Brasil á ser reconhecida por Lei.

Uma personalidade da vida política  e social, que desfrutava sempre se sua companhia, era o governador da Bahia Dr. Joaquim de Araújo Lima.

No ano de 1929, Manuel dos Reis Machado com sabedoria exemplar resolveu desenvolver um estilo diferente da capoeira Angola, fazendo a junção do Batuque com a capoeira de Angola, surge aí a Capoeira Regional que ano á ano vem sempre desenvolvendo mudanças  mais eficientes, como forma de luta.

A graduação,  aquela época era caracterizada por lenços.

Em 1932 fundou sua primeira academia no bairro do Engenho Velho de Brotas. Oficialmente a primeira academia de capoeira a ter seu alvará de funcionamento datado de 23 de Junho de 1937.

No mesmo ano, fez á primeira apresentação do seu trabalho para o interventor general Juraci Magalhães, onde havia presentes autoridades civis, militares entre outros  convidados ilustres. 

 

Em 1939, Mestre  Bimba ensinou capoeira no Quartel do CPOR.

Em 1942 instalou sua segunda academia.

 

 

 

Em 1953, Mestre Bimba se apresentou para o presidente Getúlio Vargas, este declarou ser a Capoeira o único esporte verdadeiramente nacional.

 

 

 

 

Mestre Bimba e alguns alunos de Capoeira, estudantes de Medicina, nos anos 20

 

 

Como a capoeira não era bem vista aos olhos da sociedade, Mestre Bimba resolveu registrá-la como Centro de Cultura Física Regional, localizada na Rua Francisco Muniz Barreto. 01 – Pelourinho.

Em 1972, realizou a última formatura do centro de cultura física regional, nesta formatura o (Mestre Vermelho*) foi o orador.

Manoel dos Reis Machado, o mestríssimo Mestre Bimba, é o pai da capoeira regional. Aprendeu capoeira aos 12 anos de idade, com o mestre africano Bentinho. Já adulto, exerceu funções de destaque para a cultura baiana. Foi alabê no candomblé, função de zelador do terreiro. Pelo porte grande e respeito que imprimia, ganhou o apelido de Rei Negro e era saudado pelo grito de guerra "Bimba é bamba!". Em 1949, o escritor Monteiro Lobato o conheceu e lhe dedicou o conto Vinte e dois de Marajó, que conta a história de um marinheiro capoeirista.

a.B e d.B (antes de Bimba e depois de Bimba). Assim podem ser entendidas as mudanças sofridas pela capoeira no início de século. Antes de Bimba, a luta era ilegal, passível de punição pelo Código Penal, discriminada pela burguesia como coisa de malandro, de escravo fujão. Os capoeiristas sequer sonhavam em sobreviver dessa manifestação popular.

Bimba rompeu com este ranço. Deixou as funções de carroçeiro, trapicheiro, carpinteiro, doqueiro, carvoeiro para abraçar a capoeira e o seu instrumento mais ilustre, o berimbau, hoje identificado como símbolo da Bahia nos 5 continentes. Porém, no Brasil, só em 1999 a capoeira e o berimbau tiveram seus termos, como abadá e aú, incluídos na edição do Dicionário Aurélio, livro referência da língua portuguesa.

Se estivesse vivo, Mestre Bimba completaria 103 anos em novembro último. Morreu aos 74 anos, em Goiânia, sem presenciar a profissionalização da capoeira que ajudou a criar. "Meu pai morreu de banzo (tristeza), por não ver a capoeira respeitada", revela o filho Demerval machado, o Mestre Formiga.

Mestre Bimba acreditava que a capoeira tinha que se renovar para não ser engolida pelas lutas gringas. A preocupação, apesar de à primeira vista soar bairrista, tinha razão de ser. Até hoje, são lutas como o boxe americano e o judô japonês que circulam na mídia, nas Olimpíadas, lotando estádios e enriquecendo seus atletas, empresários e patrocinadores.

Lutando incessantemente para que a capoeira fosse reconhecida como a legítima arte marcial brasileira, Mestre Bimba criou a Capoeira Regional, jogo que ganhou este batismo pela aversão do mestre a estrangeirismos, fazendo questão de chamá-la de "Luta Regional Baiana". A Capoeira Regional é um estilo menos ritualístico do que a capoeira tradicional, conhecida como angola.

Os golpes introduzidos por Mestre Bimba facilitavam a defesa pessoal quando do embate com praticantes de outras lutas, como as artes marciais importadas muito populares no Brasil nas décadas de 30 e 40. Nessa época, desafiou todas as lutas e consagrou-se como primeiro capoeirista a vencer uma competição no ringue, quando o público incentivava com o grito de guerra "Bimba é bamba!".

Centenário - O centenário de Mestre Bimba coincide em mês com o aniversário de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, que deu origem ao Dia Nacional da Consciência Negra. Essa dupla de negros valentes batizou o evento Zumbimba, que marcou a inauguração do Centro Educacional Mestre Bimba (CEMB), dedicado aos estudos da capoeira, com sede em Itaboraí, interior do Rio de Janeiro.

"Escolhemos um lugar onde há mato, porque Mestre Bimba gostava de treinar a capoeira de emboscada, técnica na qual o capoeirista se esconde no mato fechado, e quando Mestre Bimba tocava seu apito, todos apareciam de seus esconderijos para surpreender o capoeirista com ponteiras de metal, e este tinha que se desviar dos ataques. Era praticada pelos escravos para facilitar a fuga", explica Mestre Camisa, coordenador da Associação Abadá-Capoeira.

CAPOEIRA, A FILOSOFIA DO CORPO

Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba, como ficou conhecido, foi a liderança mais importante do secular mundo da capoeira no século 20. Podemos dizer, sem sombra de dúvida, que o Mestre Bimba foi o criador da moderna capoeira, hoje marca registrada do Brasil que percorre o mundo todo.

Apesar de tudo, pouco se escreveu de consistente sobre o Mestre Bimba. Esquecido por uns, denegrido por outros, seu legado foi fragmentado entre seus diversos alunos, e sua obra parecia sepultada no silêncio, mesmo dentro do mundo da capoeira.

Por tudo isso, o livro do renomado professor Muniz Sodré guarda o sabor de resgate que há muito se esperava para a obra de alguém que dedicou a vida inteira pela "arte brasileira".

Muniz não fala como um antropólogo ou sociólogo distante. Ele foi aluno em terna idade do Mestre Bimba e pôde comprovar o carisma e a liderança que Bimba tinha sobre seus alunos. Esta presença em corpo e alma na história da Capoeira Regional (a grande criação do Mestre Bimba), faz do depoimento de Muniz um testemunho emocionado e cativante.

O livro começa com o tardio reconhecimento do mundo universitário da Bahia, com o título de Doutor Honoris Causa concedido post mortem ao Mestre Bimba em 1996, apesar de no restante da universidade brasileira a capoeira continuar sendo considerada como "coisa de vagabundo". A partir daí, Muniz navega na grandiosa trajetória do Mestre Bimba, encimando os capítulos com os versos das cantigas de capoeira.

No primeiro capítulo, Muniz tenta identificar a "filosofia do corpo" que se esconde por trás do jogo da capoeira, traduzindo da forma mais direta possível a complexa rede que se oculta na arte da mandiga. Na segunda parte, Muniz se volta para a biografia do Mestre Bimba, mostrando como se confunde com a própria história de Salvador, e mesmo do negro nas primeiras décadas do pós-Abolição. Muniz afirma que Bimba e sua Capoeira Regional representaram um dos grandes momentos de afirmação da nova identidade negra em construção no século 20, conjuntamente com as Escolas de Samba no Rio de Janeiro e a Frente Negra em São Paulo. Nada mais justo.

O terceiro capítulo é um recuo no tempo, uma viagem pela conturbada história da capoeira antiga, com suas tradições regionalizadas - Rio, Bahia, Recife, São Luís, etc.. - e que converge para o aparente beco sem saída onde se encontrou no limiar da virada do século. E é a partir daí que surge a estrela de Mestre Bimba. Muniz é preciso quando define as variedades de estilos dentro da Capoeira Angola: um mais remoto, do princípio do século, que foi acusado de "lento e ineficiente" por Mestre Bimba, e uma outra Angola, esta criada por Mestre Pastinha a partir dos anos 40, de muitas formas paralela e simétrica a Regional de Mestre Bimba.

Novamente Muniz tem a coragem de afirmar o que muitos sabem, mas poucos falam: Mestre Bimba não estava sozinho, ele respirava o debate intelectual sobre a capoeira que emanava do Rio de Janeiro, e estava profundamente integrado ao seu tempo. Importante citar a afirmativa de Muniz de que Mestre Bimba jamais teve um intelectual de porte capaz de dar crédito no mundo dos letrados, e este teria sido um dos fatores explicativos do preconceito que se formou contra o Mestre. Em compensação Bimba foi hábil em conseguir respaldo político, do governador da Bahia Juraci Magalhães ao presidente Getúlio Vargas, o que colaborou fortemente para a descriminalização da capoeira em 1934, tributo que em geral é negado ao Mestre Bimba.

Mestre Bimba foi ainda um dos responsáveis pela consolidação do berimbau como uma das marcas indeléveis da arte da mandiga, na atualidade, já que nos idos da capoeiragem velha do Recôncavo faziam o papel do mestre musical a viola e o pandeiro.

Muniz também toca na face oculta da personalidade de Mestre Bimba: seu lugar nos mistérios do candomblé. Mestre Bimba era ogã (encarregado do atabaque) de uma das vertentes da religião dos orixás mais nebulosas e desconhecidas: o candomblé do caboclo.

O último capítulo é o mais triste, pois narra a lenta agonia do Mestre Bimba, vítima do descaso e do preconceito. Mestre Bimba começou a ser esquecido no exato momento em que os valores da democracia, da liberdade, da cultura e da vontade popular foram varridos pelo regime dos generais instalado em 1964.

Ele ainda viveu uma década, mas o desencanto com a Bahia - fruto deste tempo difícil - foi demais para ele. A ida para Goiânia parecia uma fuga, que afinal terminou com a morte.

Crédito: Carlos Eugênio Libano Soares (Historiador)

Mesmo depois de sua morte, o berimbau é hoje o símbolo maior da Bahia, graças às conquistas de Bimba. Ainda no início do século, uma época em que a capoeira era proibida por lei, ele criou a primeira escola de capoeira do Brasil e foi recebido por chefes de Estado, presidentes e governadores. No final da vida, exilado em Goiânia e esquecido por todos, caiu em depressão e morreu na miséria, enfartando depois de comandar sua última roda de capoeira. Desde 1978, seus restos mortais estão em Salvador, sua terra natal, depois de ter sido enterrado como indigente no estado de Goiás. Deixou 13 filhos, centenas de alunos, milhares de discípulos e um lema: "Capoeira é a arte do bem-viver!".

Descrente com a falta de apoio e reconhecimento á sua arte, Mestre Bimba e família aceita o convite do seu aluno Oswaldo Souza e muda-se definitivamente para Goiás, em busca de uma sociedade que aceitasse e valorizasse sua arte. Porém suas expectativas foram nulas e o  Mestre Bimba veio a falecer no dia 05 de Fevereiro de 1974. 

Em 12 de Junho de  1996, a Universidade Federal da Bahia, concedeu, por unanimidade o título de Doutor Honoris Causa a Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba). 

MESTRE JAIR MOURA

Dono de uma biblioteca com farto material sobre a Capoeira Regional, o Mestre Jair Moura concedeu uma entrevista sobre  Mestre Bimba, de quem foi amigo e discípulo.

Clique na imagem para ler a entrevista

 

Manchete do jornal TRIBUNA DA BAHIA em 06/02/1974, um dia após a morte de Mestre Bimba.

BAIANO, VOCÊ SABE QUEM É O HOMEM DESTA FOTO?

Quem passar pelo Pelourinho ou pela Praça Cayru hoje, vai ouvir o som de um berimbau, certamente. Se prestar atenção, vai notar que o som nunca foi tão triste: Um lamento que se espalha pelo ar e toma conta da cidade. Umas poucas pessoas trarão dentro de si, também, um lamento. Muitas, porém, não vão entender o porque da tristeza do berimbau. É que a grande maioria não sabe quem é e nem o que representou para a Bahia o homem da foto acima. Outros sabiam, se omitiram durante muito tempo e a partir de hoje estarão dizendo que ele é uma das glórias eternas da Bahia.

Baiano, você sabe quem é o homem da foto acima? Ele morreu ontem em Goiânia e sua mulher não quer que o corpo seja sepultado na Bahia.

 

 

História do Boxe

Todos os animais tem uma forma natural de lutarem para se defenderem de predadores ou para competir com outros de sua espécie, seja por comida, pela fêmea ou pelo comando do seu bando e, assim como os animais irracionais todos seres humanos tem um instinto de se defenderem quando ameaçados, mas, com o passar dos séculos o homem criou padrões de comportamentos civilizados dentro do que é considerado educação e moral com uma série de direitos e deveres, que fizeram com que o homem civilizado não necessita-se mais entrar em confronto "corpo a corpo" para resolver qualquer desentendimento. Porém o ato de lutar não deixou de ser um algo do comportamento humano e por todo o mundo foram criadas diversas lutas, chamadas artes marciais ou arte de Marte, (deus da guerra), podendo ser traduzido então como a arte de guerrear.

          O boxe é uma luta na qual o lutador utiliza somente os punhos para atacar seu adversário e os primeiros registros deste tipo de confronto datam de 3000 antes de Cristo, no Egito, onde os  lutadores se enfrentavam  para  homenagear  o  soberano.  Em  688  antes  de  Cristo, passou a ser parte dos Jogos Olímpicos da Grécia. Naquela época o  combate  era  feito em um  único round  onde a  luta  perdurava  até  o  adversário   cair   ou   simplesmente desistir.

          Os lutadores usavam uma longa tira de couro enrolada nas mãos para evitar que estas se lesionassem e aumentar ainda mais a potência dos golpes.

          Com o domínio romano sobre a região o esporte foi alterando e os lutadores passaram a brigar até a morte do adversário. O boxe, então, só prevaleceu até a queda do império. Depois, ficou parcialmente esquecido, voltando quase 300 anos depois, de punhos nus, na inglaterra. James Figg foi o primeiro campeão oficial em, 1719.

          Em 1867, o Marquês de Queensbarry, com ajuda do boxeador John Grahan Chambers, estabeleceu um padrão para as lutas, conhecido como as "Regras de Queensbarry", baseado nas regras de esgrima. Cada assalto deveria ter 3 minutos e contagem de 10 segundos para nocaute.

          Em 1896, com a volta dos Jogos Olímpicos, o boxe foi excluído do rol de esportes nobres, sendo qualificado de indigno e perigoso.

          Antes do boxe se oficializar, as lutas eram realizadas clandestinamente e eram proibidas pelas autoridades policiais. No dia 07 de fevereiro de 1882, na cidade de Mississipi, aconteceu a primeira luta oficial envolvendo os pesos pesados John Lawrence Sullivan e Paddy Ryan.

          Só em 1904, em Sto Louis, nos EUA, é que o boxe entrou para valer nas Olimpíadas. Mas acabou ficando de fora, porém, dos jogos Estocolmo, em 1912 (o esporte era proibido na Suécia), voltando em definitivo em 1920.

          Na década de 20 o boxe cresceu, projetando grandes campeões como Jack Johnson, primeiro negro a conquistar o título mundial da categoria dos pesados. Nos anos 20 e 30 o destaque foi Jack Dempsey, para muitos o maior pegador da história do boxe e Gene Tunney, que venceu 2 vezes Dempsey, uma em 1926, e outra em 1927.

          Joe Louis destacou-se nas décadas de 30 e 40, para a grande maioria o melhor da categoria máxima em todos os tempos. Nos anos 50 foi Rock Marciano, que retirou-se invicto com 49 lutas, em 1956.

          Cassius Clay, nas decadas de 60 e 70, (posteriormente chamado de Muhammad Ali, inegavelmente o mais técnico da sua categoria). Ele encerrou a carreira em 1981.

          Nos últimos anos o lutador Mike Tyson destaca-se pela forma decidida como atua e como define as lutas por nocaute.

          O boxe é hoje dirigido principalmente por quatro organizações: Associação Mundial de Boxe (AMB), criada em 1962, Conselho Mundial de Boxe (CMB), em 1963, Federação Internacional de Boxe (FIB), em1983, e Organização Mundial de Boxe (OMB), em 1988. Há outras entidades, cerca de 14, porém, são estas que comandam o boxe no mundo, reunindo os melhores lutadores e possuindo maior estrutura econômica.

          A principal função dessas entidades é organizar combates por categoria de peso entre os lutadores inscritos em sua organização e, através de eliminação, eleger um campeão por categoria, passando-lhe um cinturão que deverá ficar guardado com ele enquanto estiver com o título. Uma vez campeão, o lutador terá que fazer quantas defesas forem necessárias, de acordo com a indicação de sua entidade, para manter o cinturão, porém, nunca mais de 4 por ano. Além disso, o lutador poderá desafiar o campeão de sua categoria de peso de outra organização e, se este aceitar, um dos dois será o bi-campeão mundial. Também poderá lutar com o titular de até três outras entidades e, se vencer, acumulará 4 títulos mundiais, (tetra-campeão).

          Dois bons exemplos são: Lennox Lewis, tri-campeão dos peso pesados e, Roy Jones Júnior, tetra campeão no meio pesado. Mas para chegar a campeão mundial há uma longa caminhada a se fazer! Todos atletas começam a competir como amadores, lutando de capacete e quase sempre em 3 rounds de 2 minutos, em competições sem premiação em dinheiro e nas quais pagam inscrição para participar que varia desde R$ 20,00 até R$ 50,00 ou mais, (essas competições amadoras são fundamentais para o desenvolvimento e amadurecimento do atleta, servindo também para que ele seja conhecido em sua região e encontre um patrocinador que financie seu treinamento ou que lhe de algum tipo de ajuda de custo). O sucesso de um pugilista depende, primeiramente, de um promotor ou representante. Um consciente sabe que as 20 lutas iniciais de seu lutador (desde que o lutador demonstre "fibra" de campeão) devem ser contra rivais que não apresentem muito risco, de forma que ele conquiste o primeiro título sem enfrentar muita resistência, (porém muitas vezes isso não é possível). Isso porque, no mundo do boxe, o importante é fazer cartel. A capacidade e o talento do lutador também determinará a sua ascensão ao estrelato lutando com outros campeões mundiais e arrebatando-lhes o título. Nesse caso, a estratégia do promotor também é determinante para identificar onde, quando e com quem começar.

Um dos esportes mais antigos do mundo, remontando à época dos Jogos Pan-Helênicos (776 A.C.), as Olimpíadas realizadas quadrienalmente em Olímpia, Grécia.

Denominado em seus primórdios de pugilato, os seus lutadores usavam mãos envoltas em correias de couro e tinham os corpos inteiramente nus.

Os vencedores dos confrontos ganhavam uma coroa de oliveira selvagem e grande prestigio em toda Grécia antiga.

Com o declínio dos Jogos Pan-Helênicos, o pugilato viveu um período obscuro. Na Idade Média muito pouco se conhece, mas no final da Idade Moderna, o pugilato, agora já conhecido por boxe, era praticado pelos homens mais valentes das cidades européias e americanas que se digladiavam mostrando sua coragem, força e resistência física em troca de remuneração a qual poderia ser em moeda corrente ou mercadoria, esta última forma era a mais comum.

Não existia número máximo de rounds, os lutadores utilizavam mãos nuas e os combates eram desprovidos de quaisquer regras. A violência era a tônica e a vitória era dada àquele que resistia em pé enquanto seu adversário estava prostrado ao chão.

Entretanto o nobre inglês Marques de Queensbury, entusiasta do boxe resolveu dar-lhe determinadas regras tornando-o mais justo, equilibrado e menos violento. Esta é a razão do boxe ter a alcunha de Nobre Arte.

O uso de luvas, divisão de pesos, limitação de rounds, foram criados e então o boxe passou a ser considerado pelo mundo ocidental como um verdadeiro esporte. A primeira luta legalizada de boxe profissional ocorreu em 7 de fevereiro de 1882, nos Estados Unidos.

Em 1896, data dos primeiros Jogos Olímpicos do mundo moderno, o boxe foi incluído, tendo passado então a ser qualificado como Amador, surgindo assim o boxe amador, possuindo regras substancialmente diferentes daquelas do boxe profissional.

No Brasil, surgiu o interesse pelo boxe em 1918, quando alguns marinheiros franceses fizeram algumas exibições em São Paulo.

Estudiosos do boxe tem procurado ao longo dos anos inová-lo, tornando-o mais seguro para os seus praticantes, preservando a emoção que é peculiar tanto ao boxe amador quanto ao profissional.

Fonte: www.cbboxe.com.br

 

REGRAS

 REGRAS 1

Atualmente são disputados dois tipos de boxe: o amador e o profissional. O primeiro, que também é chamado de boxe olímpico, tem como principal preocupação a total integridade física de seus lutadores. No amador são usados capacete, protetor genital e protetor bucal, para que não haja maiores danos aos seu praticantes, enquanto no profissional os competidores usam apenas luvas, calção e sapatilhas.

O boxe amador tem 13 categorias, segundo o peso do atleta (minimosca, mosca, galo, pena, leve, superleve, meio-médio, meio-médio-ligeiro, médio-ligeiro, médio, meio-pesado, pesado e superpesado); o profissional tem 18 (as mesmas do amador, exceto superpesado e mais palha, supermosca, supergalo, superpena, supermédio e cruzador).

 

REGRAS 2

A disputa dá-se em um quadrado limitado por cordas, o ringue, que mede entre 4,90 m e 6,10 m. As lutas profissionais duram 12 assaltos, ou rounds, cada um de 3 min, e terminam imediatamente por nocaute se um dos atletas cair e não se levantar em 10 s. Se conseguir, considera-se knock down. Caso não haja nocaute, cinco juízes escolhem o vencedor por critério de pontos, com base no número de golpes dados ou o juiz de ringue interrompe a luta e declara um dos lutadores vencedor por nocaute técnico.

 

REGRAS 3

Os principais golpes são o jab, os cruzados de direita, de esquerda e o gancho. É proibido atingir o adversário abaixo da cintura, sob pena de desclassificação. Na Olimpíada a luta tem três assaltos de 3 min, com 1 min de intervalo entre eles.

 

Fonte: www.terra.com.br

Primeiros vestígios do boxe no Brasil

No início do sec. XX, a prática desportiva era quase totalmente desconhecida no Brasil. Os raros esportistas limitavam-se a membros das comunidades de emigrantes alemães e italianos, no Rio Grande do Sul e em Sao Paulo. Foi só com eles que foi introduzida, entre nós, a idéia de competição esportiva entre dois homens ou entre equipes, principalmente em modalidades como natação e canoagem.

Além dessa falta de tradição esportiva, outra característica desfavorecia a introdução do boxe no Brasil: no final do sec. XIX e início do XX, lutar era sempre associado a coisa de capoeiristas e, então, à marginalidade. Esse preconceito era especialmente forte entre os membros da elite dirigente do país.

As primeiras exibições de boxe em solo brasileiro ocorreram naquela época e só reforçaram esse preconceito: foram feitas por marinheiros europeus, que tinham aportado em Santos e no Rio de Janeiro, e naquela época os marinheiros eram recrutados das classes mais humildes.

Em 1913: a primeira lição

Em 1913, travou-se a mais antiga luta de boxe em território brasileiro que ficou documentada. Tratava-se apenas de uma luta de exibição - ou de desafio, não se tem certeza pois os testemunhos da época divergem nesse detalhe - em São Paulo, entre um pequeno ex-boxeador profissional que fazia parte de uma companhia de ópera francesa e o atleta Luis Sucupira, conhecido como o Apolo Brasileiro em razão de seu físico avantajado.

Embora surrado, o nosso Apolo reconheceu que a técnica pode superar a força e tornou-se um grande entusiasta do boxe e seu primeiro grande divulgador. Dado seu prestígio, era médico e filho de conceituada família, seu apoio em muito contribuiu para atenuar o preconceito que já mencionamos.

O boxe é divulgado e legalizado no Brasil

A propaganda de Sucupira entusiasmou alguns jovens que eram membros da tradicional Societá dei Canotiere Esperia, de São Paulo, os quais tentaram incluir o boxe entre as atividades dessa associação; esse esforço durou entre 1914 e 1915, e parece não ter frutificado.

A real divulgação iniciou apenas em 1919, com Goes Neto, um marinheiro carioca que havia feito várias viagens à Europa, onde havia aprendido a boxear. Naquele ano de 1919, Goes Neto retornara ao Brasil e resolveu fazer várias exibições no Rio de Janeiro. Com as mesmas, um sobrinho do Presidente da República, Rodrigues Alves, se apaixonou pela nobre arte. O apoio de Rodrigues Alves facilitou a difusão do boxe: começaram a surgir academias e logo esse esporte ganhou a áurea da "legalidade", de esporte regulamentado, com a criação das "comissões municipais de boxe" em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro. Isso tudo, entre 1920 e 1921.

Os primeiros treinadores competentes: início da década dos 20's

Até 1923, os treinadores eram improvisados. A situação só começou a melhorar quando Batista Bertagnolli estabeleceu-se, em 1923, como organizador de lutas no Clube Espéria, de São Paulo. Bertagnolli, que havia aprendido boxe na Europa, muito bem soube usar seus conhecimentos fazendo um controle de qualidade nas lutas realizadas todos os domingos naquele importante clube da Ponte Preta. O reconhecimento do público foi imediato, passando a lotar as dependências do Espéria.

Contudo, a primeira pessoa que hoje seria considerada um treinador foi Celestino Caversazio. A dívida do boxe brasileiro para com Carvesazio é imensa e, se tivermos que apontar sua principal contribuição, diríamos que foi ser professor dos primeiros treinadores importantes do Brasil: os irmãos Jofre, Atílio Lofredo, Chico Sangiovani, etc.

Ainda em 1923, no Rio de Janeiro, foi criada a primeira academia de boxe no Brasil: era o Brasil Boxing Club que muito difundiu o boxe entre os cariocas.

Em 1924: a tragédia Ditão e consequências

Entre 1908 e 1915, o boxeador negro Jack Johnson deteve o cinturão de campeão mundial dos pesados e muito humilhou os brancos que o desafiaram. Uma consequência disso foi os dirigentes americanos proibirem os cinemas de passarem fitas ou noticiários com lutas de boxe. Em 1915, Jess Wilard derrotou Johnson e assim passou o cinturão para a raça branca. A partir daí e, principalmente, a partir de 1919, quando Jack Dempsey - outro branco - derrotou Wilard e passou a fazer defesas de título com públicos de dezenas de milhares de pagantes, os filmes de boxe foram liberados novamente.

Logo esses filmes chegaram nos cinemas brasileiros e despertaram em nossos jovens e empresários do boxe uma imensa ganância. Todos ficaram sonhando com o fácil enriquecimento através do boxe. Jovens que nunca haviam feito nenhuma luta, saiam do interior do país e iam para São Paulo ou Rio de Janeiro com vistas a se tornarem profissionais do boxe.

Foi então que, no final do ano de 1922, Benedito dos Santos "Ditão" iniciou a treinar boxe numa academia de São Paulo. Ditão era um negro de porte gigantesco, enorme aptidão para o boxe e um direto irresistível. Em um par de meses, já no início de 1923, estreiava como profissional e, sem nenhuma dificuldade, derrotou seus três primeiros adversários, todos no primeiro round. Se somarmos o tempo total de luta desses três combates, não chegaremos a três minutos. Era essa a experiência profissional de Ditão.

Como depois relatou o técnico Atílio Lofredo, "Todo o mundo estava enlouquecido de entusiasmo com Ditão; seus três fulminantes nocautes levaram todos a acreditar que nenhum homem do mundo poderia resistir à sua pancada devastadora". Não menor era o entusiasmo dos empresários da época, os quais viram uma chance milionária quando passou pelo Brasil o campeão europeu dos pesados, Hermínio Spalla, que tinha ido até à Argentina enfrentar o legendário Angel Firpo.

Rapidamente, foi organizada uma luta entre Ditão e Spalla que rendeu 120 contos de réis, uma fortuna para a época. O início da luta foi quase de encomenda para a platéia: já de saída, Spalla foi derrubado pela potentíssima direita de Ditão. O público foi ao delírio, mas não era por nada que Spalla tinha mais de sessenta lutas com adversários de nível internacional. O italiano levantou-se e a partir do terceiro round iniciou a demolir Ditão. Esse, qual leão ferido, tentou resistir mas acabou caindo no nono round. Teve um derrame cerebral, mas sobreviveu para terminar seus dias como inválido.

Imediatamente após a derrota de Ditão, os jornais iniciaram uma campanha contra o boxe, o que levou o governador de São Paulo a proibir sua prática. Mas não ficou só nisso o impacto da tragédia de Ditão: por quase dez anos, os empresários brasileiros ficaram receosos de trazer boxeadores estrangeiros.

O período de ouro entre 1926 e 1932

Após revogada a proibição, em abril de 1925, o boxe brasileiro voltou a crescer a partir das sementes lançadas pelos primeiro treinadores competentes.
No período que se seguiu, entre os vários lutadores de destaque, o maior ídolo foi o peso leve Italo Hugo, o Menino de Ouro. Entre seus maiores feitos está o nocaute, em primeiro round, sobre o campeão sul-americano dos leves, Juan Carlos Gazala, em 1931.
Em 1932, tivemos novo impasse: a Revolução de 32 paralisou tudo.

Década dos 30's

O acontecimento marcante desse período foi a criação das federações de boxe - carioca, paulista, etc - com as quais se deu condições de os boxeadores profissionais brasileiros disputarem oficialmente títulos internacionais e os amadores poderem participar de torneios e campeonatos internacionais.

Como consequência, já em 1933, fomos pela primeira vez a um campeonato internacional: o Sul-Americano de Boxe Amador, que se realizou na Argentina. A seleção brasileira era composta apenas de cariocas, pois que somente Rio de Janeiro tinha boxe legalizado através de federação.
Tínhamos, contudo, um grande caminho a percorrer. Nessa época, o boxe de nossos vizinhos argentinos, uruguaios e chilenos era tão superior que considerávamos uma façanha perder "apenas" por pontos para um deles...

Época do Ginásio do Pacaembu

Esse ginásio foi criado em 1940 e nele, pela primeira vez, podia-se ver lutas de brasileiros com nível verdadeiramente internacional. Os mais destacados deles foram: Atílio Lofredo e Antônio Zumbano ( o "Zumbanão" ).

Zumbanão foi o primeiro grande astro do boxe brasileiro, imperando absoluto por um longo período: de 1936 a 1950, durante o qual realizou cerca de 140 lutas, mais da metade das quais ganhou por nocaute. Era um peso médio de grande poder de punch e não menor capacidade de esquiva. Verdadeiro ídolo, arrastava multidões ao Pacaembu.

O início do boxe moderno: anos 50's

Esta foi uma nova época de ouro para o boxe brasileiro: grandes espetáculos, nacionais e internacionais, e uma imensa galeria de astros. Um dos elementos decisivos para isso foi a ação do primeiro mega-empresário do boxe brasileiro, Jacó Nahun.
Além de ter lançado alguns dos grandes nomes do boxe brasileiro - como Kaled Curi, Ralf Zumbano e Éder Jofre -, Jacó Nahun conseguiu um intercâmbio com os dirigentes do Luna Park, o maior ginásio de boxe da América do Sul, com o que centenas de boxeadores argentinos vieram lutar no Pacaembu e, posteriormente, no Ginásio do Ibirapuera. Isso foi uma excelente escola que contribuiu decisivamente para o amadurecimento do boxe brasileiro.

Na época, tivemos tantos bons boxeadores que fica até difícil destarcamos alguns deles sem correr risco de fazer injustiça. Por razões de espaço, apontaremos apenas quatro deles os quais se não forem unanimidade certamente estarão em qualquer lista de "os mais importantes da época":

  • Kaled Curi, o "Beduíno"
    peso galo dotado de fortíssima esquerda; frequentemente lutava com adversários de várias categorias acima, sendo que travou muitas lutas verdadeiramente antológicas; como amador, chegou a campeão latino-americano e como profissional foi campeão brasileiro; podia ter ido além se não se envolvesse tanto com questões administrativas das federações e com a promoção de lutas; após parar de lutar, dedicou-se a empresariar boxeadores e promover eventos de boxe profissional.

  • Ralph Zumbano, o "Bailarino"
    peso leve de pouca "pegada" mas estilo, esquiva, técnica e jogo de pernas elogiadas até internacionalmente; teve carreira curta como lutador, passando a treinador de sucesso.

  • Luis Inácio, o "Luisão"
    talvez, o maior meio-pesado brasileiro de todos os tempos; extremamente popular por seu carisma, suas entrevistas folclóricas, sua velocidade e poder de punch; foi o primeiro brasileiro a conquistar medalha de ouro nos Jogos Panamericanos ( México 1955 ); como profissional, chegou a campeão sul-americano dos meio-pesados, tendo feito inúmeras lutas internacionais, inclusive com o legendário Archie Moore; sua popularidade acabou sendo sua tragédia: ao subestimar o famoso campeão chileno Humberto Loayza, numa troca de golpes, acabou sofrendo um violento nocaute; como era bilheteria certa, os empresários nem lhe deixaram descansar, continuaram a lhe promover lutas, as quais só agravaram a lesão que havia sofrido; o resultado foi o esperado: Luisão acabou "sonado" ( ficou extremamente sensível a qualquer golpe na cabeça e a exibir sintomas da chamada "demência pugilística" ) passando a ser derrotado por qualquer um, inclusive em brigas de rua com marginais; acabou morrendo como indigente e se tornando mais uma triste lição para o boxe profissional brasileiro.

  • Paulo de Jesus Cavalheiro
    Peso meio-médio, atuando profissionalmente entre 55 e 58. Extremamente carismático, só perderia em popularidade para o Zumbanão. Já era tratado como ídolo nos seus tempos de amador. Tinha grave problema cardíaco que prejudicava muito sua atuação.


A década de Eder Jofre: os anos 60's

O maior boxeador brasileiro de todos os tempos nasceu em uma família de pugilistas: tanto por parte do pai ( família Jofre, oriunda da Argentina ) como por parte da mãe ( família dos Zumbanos ). Assim que Éder Jofre, praticamente, nasceu dentro do ringue e desde cedo aprendeu as "manhas" da nobre arte.

Desde muito cedo exibia características que acabaram lhe colocando num lugar de destaque na história do boxe mundial: tinha como principal arma um fortísssimo gancho de esquerda ( vide foto ao lado ), e uma igualmente arrasadora direita; não menos importante era sua grande inteligência que lhe permitia modificar o estilo de luta segundo o adversário.

Estreiou como amador aos 17 anos de idade, em 1953. Em seus quatro anos de competição entre os amadores não conseguiu nenhum título de importância internacional. Seu sucesso só viria explodir como profissional, carreira que iniciou aos 21 anos, em 1956.

Já em 1958 tornou-se campeão brasileiro dos pesos galo. Contudo, o sucesso internacional não foi tão rápido. Para isso foi fundamental o trabalho de seu empresário, Jacó Nahun. Esse, usou sua experiência para construir uma "escadinha" que permitisse Éder fazer um renome internacional e assim poder esperar por uma chance de disputar o título mundial. Essa chance começou a ficar mais próxima em 1960, quando Jacó Nahun conseguiu a inclusão de Éder entre os dez primeiros do ranking de galos da NBA ( a associação que mais tarde deu origem a atual WBA=Associação Mundial de Boxe ). Atingindo esse ponto, Éder trocou de empresário ( Nahun, magoado com a "traição", abandonou o boxe ) e foi lutar nos USA, onde fêz três lutas que melhoraram sua posição no ranking. Ainda nesse mesmo ano de 1960, finalmente, materializou-se a oportunidade de disputa pelo título mundial quando o então campeão mundial dos galos, Joe Becerra, renunciou ao seu título depois de ter causado a morte de seu último adversário. Com isso, no final de 1960, acabou sendo marcada uma luta pelo título vago entre Éder e o mexicano Eloy Sanchez. Éder Jofre precisou de apenas seis rounds para se adonar do cinturão.

Contudo, Éder ainda não havia chegado ao topo, pois a União Européia de Boxe não reconhecia os campeões da americana NBA. Foi só em 1962 que surgiu a oportunidade de uma luta pela unificação dos pesos galo, entre Jofre campeão pela NBA e Johnny Caldwell campeão pela UEB. Essa luta foi travada no ginásio do Ibirapuera, com um público record de 23 000 pessoas. Éder massacrou o irlandês Caldwell e se tornou o undisputed champion dos pesos galo.

Jofre defendeu com sucesso seu cinturão por sete vezes, até 1965, não fugindo de nenhum adversário, por mais perigoso que esse fosse. Contudo, seu maior inimigo crescia a olhos vistos: era seu excesso de peso, que lhe fêz realizar várias lutas muito desidratado e até mal alimentado. Apesar disso, pressionado de vários lados, Éder preferiu não subir para a categoria dos pesos pena. A decisão foi errada: em 1965 foi vencido pelo maior boxeador japonês de todos os tempos, Masahiko "Fighting" Harada. No ano seguinte, o japonês concedeu revanche e venceu novamente. Com isso, Jofre declarou sua aposentadoria. Tinha 10 anos de profissionalismo e estava com 30 anos, o que é considerada uma idade avançada para um boxeador da categoria dos galos.

Como peso galo, Éder Jofre recebeu as maiores distinções: em eleição promovida pela mais conceituada publicação de boxe do mundo, The Ring Magazine, os leitores dessa revista elegeram Éder Jofre como um dos dez melhores boxeadores do século XX; foi o primeiro boxeador não americano indicado para o Hall of Fame do boxe; etc.

Epoca da penúria: 70's

O sucesso do peso galo Éder Jofre motivou o surgimento de muitos boxeadores brasileiros. Entre esses, os mais destacdos foram:

  • Servílio de Oliveira
    peso mosca de estilo brilhante, golpes e esquivas de precisão milimétrica; por muitos, é considerado o melhor boxeador já surgido no Brasil; estreiou em 1968 nos amadores e já no mesmo ano conseguiu o maior feito do boxe amador brasileiro até então: medalha de bronze nas Olimpíadas; em 1969 estreiou nos profissionais onde atuou até 1971, fazendo várias lutas internacionais, a maioria com boxeadores sul-americanos; em 1971, em luta com um mexicano, sofreu um deslocamento de retina que o deixou praticamente cego do olho direito e o fêz abandonar sua muitísssimo promissora carreira; em 1976, tentou voltar, chegando a fazer algums lutas internacionais, mas na primeira disputa de título, sofreu impedimento médico e abandonou de vez o esporte.

  • Miguel de Oliveira
    iniciou no profissionalismo na mesma época que Servílio e se destacou por ser um peso médio-ligeiro de soco potente, especialmente quando desferia o hook no fígado, e de ser dotado de grande inteligência; em 1973 já tinha 29 lutas e teve sua oportunidade na disputa pelo título mundial pelo CMB; em 1975 teve nova chance, agora com sucesso, arrebantando o cinturão mundial pelo CMB do espanhol José Duran; infelizmente, mal orientado, perdeu o título já na primeira defesa.

O terceiro boxeador importante dessa época foi, novamente, Éder Jofre, que, premido por dificuldades financeiras, voltou a boxear em 1970, agora nos pesos pena. Éder continuou a brilhar e em 1973 conquistou o título mundial do CMB, infelizmente não tão importante quanto o que tinha ganho como galo. Também não teve sorte com seu empresário que acabou deixando-o em inatividade por tempo excessivo o que fêz com que o CMB o destituísse do título. Apesar de não ser mais campeão, ele continou a lutar, sempre invicto até 1976, quando encerrou definitivamente sua carreira, aos 40 anos de idade. Ao longo de sua vida de profissional, realizou 78 lutas, sendo que ganhou 50 por nocaute e teve apenas duas derrotas, ambas por pontos e para o histórico Masahiko "Fighting" Harada.

Assim que, quase simultaneamente, tivemos a aposentadoria de três dos maiores lutadores brasileiros de todos os tempos: Jofre, Servílio e Miguel de Oliveira. Isso e a transmissão dos jogos de futebol pela TV funcionaram como uma ducha fria no boxe brasileiro, que mergulhou num período bastante negro, de ginásios vazios e poucas perspectivas.

O fenômeno Maguila e o ressurgimento do boxe

No início dos anos oitenta, pela primeira vez no Brasil, uma rede de TV ( a TV Bandeirantes ), por iniciativa de seu diretor de esportes ( Luciano do Valle, o qual também atuava como promotor de eventos esportivos, através de sua empresa, a Luque Propaganda, Promoções e Produções ), resolveu investir pesado no boxe, transformando-o em espetáculo de massa.

Os primeiros boxeadores feitos pela TV brasileira, Francisco Thomás da Cruz ( peso super-pena ) e Rui Barbosa Bonfim ( meio-peaso ), tiveram relativo sucesso, mas foi só com Adislon "Maguila" Rodrigues que as transmissões de lutas de boxe pela TV alcançaram absoluta liderança de audiência.

Maguila, com 1,86 metros e cerca de 100 Kg, foi um dos poucos pesos pesados brasileiros. Tinha grandes elementos para ser um ídolo: enorme carisma aliado à grande valentia, mobilidade e uma direita demolidora que lhe propiciou nada menos do que 78 nocautes em sua carreira de 87 lutas, a maioria das quais com lutadores europeus, sul-americanos e norte-americanos.

Maguila estreiou como profissional em 1983, tendo Ralph Zumbano como técnico e Kaled Curi como empresário. Em 1986, já no auge da fama, assinou contrato com a Luque e passou a treinar com Miguel de Oliveira que alterou profundamente seu estilo de luta e corrigiu seus defeitos de defesa. Como consequência, em 1989, chegou a ser o segundo colocado no ranking do CMB e em rota de colisão com Mike Tyson, na época, o undisputed champion do mundo.

O grande momento, contudo, nunca ocorreu. Precisou enfrentar dois dos maiores pesados do século XX: Evander Holyfield e George Foreman. Perdeu essas duas lutas e isso lhe tirou não só a chance de disputar o título como o encaminhou para a obscuridade. Para piorar, Maguila aumentou muito de peso, perdendo a forma física. Apesar disso, em 1995, chegou a campeão mundial pela WBF ( Federação Mundial de Boxe ), uma associação que ainda não havia conseguido grande respeitabilidade. Com falta de patrocínio, pouco tempo depois, Maguila foi destituído do título por inatividade.

Com o ocaso de Maguila, também veio o do boxe brasileiro que rapidamente perdeu o enorme espaço que havia tido na televisão.

No final dos anos noventa, surgiu uma nova promessa: Acelino de Freitas, o Popó. Patrocinado pela Rede Globo de televisão, Popó chegou ao título de campeão mundial pelo WBO . Ainda é cedo para avaliarmos a posição que lhe reservará a História.

Comentários finais:

O texto acima é apenas uma tentativa de resumir a história do boxe brasileiro. Para se fazer justiça aos mais de 10 000 boxeadores profissionais que atuaram no período seria necessário um longo livro

Historia do Kendo (Kenjutsu)

Kendo significa literalmente, o caminho da espada. Tradicional arte militar japonesa, originalmente praticado pelos samurais ou bushi, o Kendo se originou através de combates travados com espadas à centenas de anos no Japão, e com o tempo, foi se estudando essas técnicas de luta com espada até que por volta dos séculos 7 ou 8 surgiu o Kendo como arte marcial. Trata das habilidades físicas e mentais necessárias para a luta da espada.

O objetivo do Kendo é desenvolver não só a potencialidade física para a luta, mas também os aspectos morais e espirituais que podem ser aplicados no cotidiano do praticante. No Japão, é uma das artes marciais mais populares e está se espalhando continuamente em todos as partes do mundo assim como sua popularidade.

HISTÓRIA DO KENDO

É difícil dizer precisamente quando e como o Kendo originou. Kendo não foi criado nem foi desenvolvido por uma única pessoa ou mesmo por um grupo de povos. Foi desenvolvido sobre um longo período de tempo, das situações reais de luta, do combate corpo-a-corpo, e do estudo de técnicas com a espada.

No início, ainda nos séculos 7 e 8, a espada era forjada nos afazeres domésticos. Nesse tempo, a catapulta e a curva foram usadas para a caça ou para guerras tribais. Entretanto, a espada foi sendo gradualmente, usada por combatentes que lutavam em conflitos em grande escala e guerras, durante o período da unificação nacional. Após o 9º século, com a introdução da classe dos bushi, o protótipo da espada japonesa para batalha foi iniciado. A partir daí, as várias técnicas da luta com a espada foram desenvolvidas. Entretanto, no campo de batalha, as espadas que eram mais longas e lanças eram as armas principais até o século 10.

Os anos seguintes foram preenchidos com sucessivas guerras civis, e durante essa época de conflitos internos, é que surgiram as primeiras escolas de Kenjutsu (arte da espada). Estas escolas foram fundadas por vários mestres esgrimistas, e cada escola teve seu próprio estilo original. Com o passar dos anos, os tempos mais calmos prevaleceram, e mais ênfase foi colocada nos aspectos espirituais com a prática do Kenjutsu. Estes aspectos morais e sociais baseados nas filosofias do Zen-Budismo, Xintoísmo e Confucionismo, deram origem ao código de honra seguido pelos samurai.

Os guerreiros Samurai (Bushi) eram a única classe permitida a carregar uma espada longa (O samurai carregava duas espadas na cintura, a espada mais curta ficava sempre com eles, enquanto a mais longa era usada somente fora de casa. Portanto facilmente se identificava quando alguém pertencia a classe guerreira dos bushi, já que as pessoas de outras castas só tinham permissão de utilizar a espada curta, também chamada de espada companheira), dominar a espada era indispensável para todo Samurai respeitado. Esse fato, foi considerado para representar literalmente o espírito de Bushi.

Durante a segunda metade do século 18, o primeiro equipamento protetor real de kenjutsu veio a surgir. Estes desenvolvimentos no equipamento protetor e no uso do Shinai (a espada de bambu), tiveram um papel importante para a evolução da prática de Kenjutsu.

Nos últimos dias do Xogunato Tokugawa, como a consciência do povo japonês para sua defesa pessoal e nacional estava crescendo, o Kenjutsu tornou-se popular mesmo entre os cidadãos da classe "não-bushi". Com o governo Xogunato abolido em 1867, e com o surgimento do Japão moderno, a classe dos Bushi foi extinta; foi proibido carregar espadas presas ao cinto. Em conseqüência, o Kenjutsu declinou temporariamente sua popularidade. Entretanto, com a abolição da rebelião em 1877, a autoridade dos oficiais de polícia que dominavam o Kenjutsu foi respeitada altamente. Ao mesmo tempo, havia uma necessidade de realçar a riqueza e a força militar do Kenjutsu em uma escala nacional. Sob tais circunstâncias, a elevação do Kenjutsu foi reexaminado.

Em 1879, o departamento metropolitano da polícia de Tókio, começou a dar cursos de Kenjutsu para seus oficiais. A popularização do Kenjutsu, exigiu um "formulário universal", que incluiria na integra, todas as escolas existentes de Kenjutsu.

Em 1912, após uma longa deliberação entre os mestres das principais escolas de Kenjutsu, um sistema novo de Kenjutsu que transcende escolas existentes foi estabelecido. Este é o nascimento do Kendo. Desde então, o Kendo, no Japão, faz parte do programa da instrução física nas escolas. As crianças aprendem desde cedo o caminho da espada e as escolas adotam a arte marcial como currículo de educação física. Em conseqüência, o Kendo cresceu ainda mais, e muitos torneios foram e ainda são realizados no Japão e em todo o mundo.

Após a 2a Guerra Mundial, Kendo sofreu um recesso. Kendo era considerado antidemocrático pelas matrizes gerais das forças da ocupação, e foi proibido oficialmente em público. Em 1957, devido em grande parte aos esforços dos muitos entusiastas do Kendo, o Kendo foi restaurado. No mesmo ano, a federação de Kendo do Japão, foi fundada. Kendo cresceu em um nível nacional outra vez.

A popularidade do Kendo está se expandindo cada vez mais pelos países do globo. Desde o estabelecimento da federação internacional de Kendo em 1970, países como Canadá, Brasil, Inglaterra, França, Alemanha, Coréia, EUA e muitos outros, começaram a praticar Kendo. Existem muitas outras federações espalhadas pelo mundo. Entretanto, o Kendo agora é mais do que uma forma de vida usando uma espada como era antes, e sim uma arte marcial concernida primeiramente com o desenvolvimento da mente e do corpo com a finalidade de forjar uma vida melhor à seu praticante.

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